O que faz a vacinação infantil contra a Covid perder força?

Três semanas após iniciar a campanha de vacinação das crianças contra o novo coronavírus, que começou no dia 14 de janeiro de 2022 em São Paulo, as doses aplicadas nas crianças de 5 a 11 anos adotou um ritmo devagar, mesmo com a maior capacidade do sistema de saúde.

Para entender melhor o que faz com que a vacinação das crianças perca a força no Brasil, basta continuar lendo este conteúdo!

Dados sobre a vacinação infantil

Devido ao ritmo devagar que a imunização infantil adquiriu desde quando começou, é provável que retarde todos esforços que até agora foram feitos para manter a transmissão sob controle e evite o contágio de outras pessoas pelo vírus.

Ainda mais em uma situação quando as suas variantes tem gerado grandes recordes de contágios no país. Subindo também a quantidade de crianças hospitalizadas com pulmão com covid, sendo preciso fazer raio X do pulmão.

Com base em dados e informações obtidos do consórcio de veículos de imprensa, cerca de 15,3% das crianças no país, entre 5 a 11 anos, receberam vacina contra esse vírus até segunda-feira, 7 de fevereiro.

Ou seja, aplicou por volta de 3,1 milhões de vacinas até o momento desde janeiro. Esses dados têm como base dados de 16 estados diferentes, os únicos que disponibilizaram os dados a respeito vacinação infantil.

Isso significa que, o número verdadeiro de crianças imunizadas, pode ser um pouco diferente. Já os dados fornecidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, com 23 estados até 31 de janeiro, apontavam que a vacina foi dada a 10% das crianças no país.

No entanto, a quantidade de crianças vacinadas é menor em comparação com a capacidade de imunização do país. Isto é, aplicaram por volta de 125 mil doses por dia, entre 14 de janeiro até 7 de fevereiro.

Mas, segundo uma estimativa que o próprio governo federal tem, essa quantidade poderia ser cerca de 10 vezes maior.

Capacidade de vacinação por dia

O sistema de saúde conta com uma capacidade de vacinar por dia de 2,4 milhões, conforme aponta o governo federal. Levando em conta que mais de 1,2 milhão de pessoas adultas foram vacinadas por dia, o que significa que existe espaço para cerca de 1 milhão de crianças serem vacinadas.

Na campanha de imunização infantil, o Brasil tem feito uso de duas doses de vacinas, uma delas é Pfizer com sua versão para o público infantil. Que foi aprovada pela Anvisa para usar em crianças de 5 a 11 anos em dezembro de 2021.

A outra dose é a da Coronavac, que recebeu sua aprovação em Janeiro de 2021, para o público juvenil entre 6 e 17 anos. A partir de setembro de 2021, os adolescentes com mais de 12 anos já começaram a se vacinar com a dose da Pfizer.

Ambas as vacinas são consideradas seguras e eficientes para prevenir os sintomas do novo coronavírus, conforme aponta as autoridades sanitárias. No entanto, vale destacar que a Coronavac não é indicada para crianças imunossuprimidas, sendo assim, é preciso aplicar a Pfizer.

Há algumas disparidades em relação a quantidade de vacinas que foram aplicadas nas crianças de cada estado. São Paulo, que até então está no topo do ranking, imunizou cerca de 47% das crianças até dia 7, seguida por Distrito Federal, que já imunizou 32,9%.

Rio Grande do Norte imunizou 24,6% e Ceará 20,9%, conforme aponta o consórcio de veículos de imprensa. Já Tocantins, em contrapartida, conseguiu vacinar apenas 2,4% das crianças até o dia 7 de fevereiro.

A ausência das doses de vacinas

Um dos maiores motivos que geram esse ritmo devagar da aplicação de vacina nas crianças é a ausência das doses. Segundo dados que o jornal O Estado de S. Paulo divulgou, até o começo de fevereiro, o Ministério da Saúde distribuiu por volta de 8 milhões de doses para vacinar as mais de 20 milhões de crianças.

Essa ausência das vacinas também contribuiu para que houvesse um atraso na campanha de imunização das crianças, que ocorreu em janeiro, após a ANVISA aprovar o uso da Pfizer.

Ao fechar contrato um pouco tarde para receber as vacinas (que não são as mesmas aplicadas em adultos), o primeiro lote só foi enviado ao governo federal na metade de janeiro.

Dessa forma, a Pfizer enviou para o Ministério da Saúde que recebeu cerca de cinco lotes da vacina até o dia 7 de fevereiro. Ao todo, soma-se cerca de 7,9 milhões de doses da vacina. Mais outros dois lotes, cada qual com com 1,8 milhões de vacinas, chegam ao Brasil ainda em meados de fevereiro, conforme o calendário da Pfizer.

Estima-se que a Pfizer deverá entregar cerca de 20 milhões de vacinas ao país até o final de março.

Quanto a Coronavac, que recebeu aprovação apenas dia 20 de janeiro, o Ministério da Saúde informou que tinha em estoque 6 milhões de vacinas, no começo de fevereiro.

Como ficará a vacinação infantil?

Levando em conta as vacinas Pfizer e Coronavac que foram distribuídas, as que estão ainda em estoque e as que chegam até março, o Ministério da Saúde conta com vacinas para conseguir imunizar por volta de 14,5 milhões de crianças com as duas doses contra o vírus, as outras 5,5 milhões serão contempladas.

Segundo informa o próprio jornal O Estado de S. Paulo, o Governo Federal está em negociações com o Instituto Butantan, encomendando mais vacinas.

Enquanto isso, o laboratório afirmou possuir 10 milhões de doses prontas para serem entregues. E poderão fornecer mais 20 milhões em até 25 dias após firmarem o contrato.

Na falta de doses o bastante, várias cidades passaram a adotar a imunização por esquema de idade. Em primeiro lugar as crianças mais velhas, depois as mais novas e com prioridade as crianças com comorbidades, com base no que recomenda o Ministério da Saúde.

Contudo, mesmo seguindo esses esquemas, há algumas cidades que suspenderam a imunização das crianças, devido a ausência das doses, como o Rio de Janeiro. Que, em 31 de Janeiro, anunciou a necessidade de suspender a campanha, mas, no dia 4 de fevereiro, retomaram com a campanha de vacinação.

Conclusão

Em suma, a campanha de vacinação infantil segue em passos lentos, mas a esperança é que ganhe mais ritmo à medida que novas doses cheguem, para que todas as crianças também estejam protegidas.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com os seus amigos!